A importância da qualidade e talento para artistas independentes
O novo cenário da música independente no Brasil foi um dos destaques do Rio2C 2025, evento que reuniu grandes nomes do setor para discutir os rumos da indústria. Durante o painel, especialistas reforçaram que qualidade e talento para artistas independentes são pilares indispensáveis ao construir uma carreira sólida e duradoura.
Estiveram presentes Carolina Alzuguir (Spotify Brasil), Kamilla Fialho (K2L) e Felippe Llerena (ABMI). Eles compartilharam experiências, tendências e conselhos práticos para quem quer viver de música no mercado atual.
Qualidade e talento: os verdadeiros diferenciais no mercado musical
Felippe Llerena, presidente da ABMI, destacou que, apesar da tecnologia ter democratizado o acesso às ferramentas, o sucesso continua dependendo da qualidade do som e do talento do artista.
“Pode ter toda a tecnologia do mundo, mas o som tem que ser bom. Não existe mais uma fórmula mágica, mas sim a habilidade de usar as ferramentas e enxergar oportunidades”, reforçou.
Ele também ressaltou que, embora hoje existam mais oportunidades, o mercado exige trabalho constante e visão estratégica, como em qualquer outro setor.
Um exemplo citado por Felippe foi o cantor Chico César, que passou 10 anos cantando em bares antes de conquistar notoriedade nacional. O caso ilustra bem a importância da persistência, independentemente de orçamento ou apoio familiar.
O papel da organização e da comunidade na trajetória do artista independente
Kamilla Fialho, empresária e CEO da K2L, enfatizou a necessidade de o artista ser organizado desde o início da carreira.
Segundo ela, utilizar a própria comunidade como base é uma das melhores formas de começar: “Seu bairro, seu prédio… sempre tem alguém para apoiar. O importante é mostrar disposição para aprender”.
Ela citou como exemplo o rapper Veigh, que “ralou muito antes de estourar no Spotify”. Kamilla criticou a ideia de que o sucesso acontece “do nada”. Para ela, é preciso buscar conhecimento, entender o que é um fonograma, onde registrar suas músicas e, principalmente, trabalhar com consistência.
Streaming e independência: mais possibilidades e novas escolhas
Carolina Alzuguir, diretora de música do Spotify Brasil, explicou que o streaming ampliou significativamente as possibilidades para os artistas independentes. Plataformas como o Spotify oferecem programas de incentivo, como o Radar e o Amplifica, além de ferramentas analíticas acessíveis a todos.
Segundo ela, a escolha entre ser independente ou assinar com uma gravadora depende do perfil do artista:
“Se você gosta de acompanhar os números e aprender sobre o mercado, ser independente pode ser ótimo. Mas, se prefere focar apenas na música, ter uma gravadora pode fazer mais sentido — com custos, claro.”
O mais importante, segundo Carolina, é que hoje existem múltiplos caminhos e que o artista deve avaliar qual modelo se encaixa melhor aos seus objetivos.
Trabalhar duro: o segredo que nunca mudou também quanto tratamos de qualidade e talento para artistas independentes
O painel terminou com um recado direto de Kamilla Fialho: é preciso querer trabalhar de verdade.
“As pessoas querem números e relevância sem trabalhar. Arte é energia, você tem que estar girando o tempo todo.”
Kamilla destacou que gosta de trabalhar com artistas desde o início, mas faz questão de “fazer uma peneira”. Para ela, quem já está se organizando, estudando e usando as redes sociais de forma estratégica, demonstra que realmente quer crescer.
Como aplicar esses aprendizados na sua carreira?
Se você é um artista independente, invista no seu talento e na qualidade das suas produções. Use sua comunidade como ponto de partida, estude sobre o mercado e aproveite as ferramentas gratuitas disponíveis, como as do Spotify.
A carreira artística é construída com trabalho constante, aprendizado e adaptação às novas realidades do mercado.