Você já parou para pensar no impacto de pular uma música em serviços de streaming como Spotify? Se uma faixa é frequentemente pulada, isso não é um bom sinal. Ela pode ser rebaixada ou até removida das playlists, e os algoritmos de recomendação também não costumam favorecer essas músicas, é isso que faz a Taxa de Skip (“taxa de pulo”). Mas será que deveria haver uma penalidade financeira direta para músicas que são ignoradas? Essa é a sugestão do ex-economista chefe do Spotify, Will Page, em seu relatório intitulado “A Case for Completion”.
A Proposta de Will Page Para Lidar com a Taxa de Skip do Spotify
Will Page propõe que músicas que são ouvidas até o final deveriam ser mais bem remuneradas, enquanto aquelas que são puladas antes de terminarem deveriam receber menos. Atualmente, o modelo padrão de streaming paga royalties às faixas que são tocadas por pelo menos 30 segundos, independentemente de serem puladas depois disso ou não.
Vantagens do Modelo de Conclusão
Page acredita que considerar a “conclusão” das músicas nos cálculos de pagamento pode ser uma alternativa ao sistema “pro rata” de cálculo de royalties. Ele argumenta que essa abordagem é fácil de definir legalmente, reduzindo o risco de disputas de auditoria. Além disso, poderia recompensar melhor a apreciação do trabalho do compositor e a intenção do ouvinte, além de combater fraudes como as “fazendas de cliques” que repetem músicas de 31 segundos.
Desvantagens e Desafios da Nova Regra Para Taxa de Skip
No entanto, o modelo de conclusão também tem suas fraquezas. Ele pode favorecer uma audição menos engajada, como quando alguém deixa o Spotify tocando enquanto toma banho. Além disso, pode ser difícil medir a depuração, onde as pessoas pulam para frente e para trás nas músicas, e pode penalizar a redescoberta de músicas já conhecidas.
Impacto Financeiro
Page utilizou três meses de dados sobre as 15.000 principais músicas de streaming do Reino Unido para modelar seu caso. Em uma estimativa com uma “punição por incompletude de 15 pontos percentuais”, ele descobriu que músicas concluídas receberiam um aumento de 3% nos royalties, enquanto transmissões incompletas teriam uma redução de 27%. Levado ao extremo, tratando músicas incompletas como aquelas com menos de 30 segundos e declarando-as “sem royalties”, a receita por transmissão concluída poderia aumentar em 12,1%.
Conclusão
Will Page acredita que o modelo de conclusão poderia complementar outras abordagens para mudar os pagamentos de streaming, como sistemas “centrados no artista” e “centrados no usuário”. Com seu estudo inicial publicado, resta saber se a indústria musical concordará com essa proposta.